Realidade vs. Cinema: Mitos Medievais Desmascarados
A Idade Média tem sido uma fonte inesgotável de inspiração para filmes e séries de fantasia. No entanto, o grande ecrã sacrifica frequentemente a precisão histórica em prol do espetáculo. A seguir, desmistificamos alguns dos mitos mais comuns e contamos-lhe como eram realmente as coisas.
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“A armadura era insuportavelmente pesada!”
Mito do filme: Os cavaleiros mal se conseguem mover sob o peso de placas de aço com mais de 80 kg.
Realidade histórica:
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A armadura completa típica do século XV pesava entre 20 e 25 kg, distribuídos uniformemente por todo o corpo.
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Um cavaleiro treinado podia correr, cavalgar e combater com grande agilidade. As placas articuladas permitiam uma fácil flexão dos joelhos, cotovelos e cintura.
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De facto, as armaduras forjadas por mestres armeiros italianos e alemães são consideradas uma maravilha da engenharia pela sua ergonomia.
“Todos eles viviam em castelos sombrios e húmidos.”
Mito cinematográfico: Com exceção do grande salão, o resto do castelo é uma sucessão de masmorras escuras, com ratos e bolor por todo o lado.
Realidade histórica:
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Apenas a nobreza e parte da sua comitiva viviam na torre principal; restante população (servos, artesãos) vivia em vilas ou cidades próximas do castelo.
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Os aposentos nobres eram geralmente bem iluminados e ventilados, com grandes janelas (muitas vezes protegidas por portadas de madeira), lareiras decoradas e tapetes.
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A limpeza era mantida tanto quanto os recursos o permitiam; pedras e madeira eram varridas e pulverizadas com fumo de urze para afastar os insetos.
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“A higiene era inexistente”
Mito do cinema: Ninguém tomava banho e todos cheiravam mal o tempo todo.
Realidade histórica:
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Embora não existissem chuveiros modernos, existiam banhos comunitários de madeira (banheiras portáteis) e piscinas termais em algumas cidades, inspirados na tradição romana.
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As partes sensíveis do corpo (mãos, rosto e pés) eram lavadas diariamente com taças de água morna. A classe alta tinha até servos encarregados de lhes lavar o cabelo e o corpo.
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O sabão era feito principalmente de gordura animal e cinzas de madeira; era caro, mas muito utilizado entre as classes ricas.
“As espadas cortam os bandidos ao meio com um só golpe.”
Mito cinematográfico: Uma cena e pimba! Duas metades perfeitamente separadas.
Realidade histórica:
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As espadas medievais foram concebidas para cortar e perfurar, mas partir um corpo humano em dois exigiria uma força, afiação e precisão impossíveis até para um guerreiro experiente.
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O combate real era brutal e prolongado: o aço ricocheteava na armadura ou no osso e, na maioria das vezes, terminava em estocadas, bloqueios e luta corpo a corpo para derrubar o adversário.
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As lâminas foram temperadas para proporcionar um equilíbrio entre a dureza (para manter o fio) e a flexibilidade (para evitar a quebra).
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“As bruxas eram queimadas imediatamente após serem encontradas.”
Mito cinematográfico: Qualquer pessoa acusada de bruxaria era arrastada para a fogueira sem misericórdia ou julgamento.
Realidade histórica:
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Na Europa, os julgamentos de bruxaria atingiram o seu auge nos séculos XVI e XVII, bem depois da clássica “Idade Média”.
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Antes do século XV, a Igreja e os tribunais eclesiásticos impunham geralmente penitências, orações ou exílios, em vez de execuções.
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A queima na fogueira, embora ocorresse, era um último recurso e estritamente regulado pelos códigos judiciais; não era um ato arbitrário ao estilo cinematográfico.
“A comida era insípida e monótona”
Mito cinematográfico: Pão duro, sopa aguada e pouco mais.
Realidade histórica:
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Nos banquetes nobres, os menus incluíam especiarias importadas (cravinho, pimenta preta, açafrão) muito valorizadas pelo seu aroma e sabor.
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Havia uma grande variedade de carnes (porco, caça, aves), guisados com legumes, frutos secos e bolos recheados com carne e especiarias.
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Até os camponeses apreciavam sopas (ensopados grossos de legumes e grãos) e produtos lácteos frescos durante a época das colheitas.
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O cinema medieval reutiliza os mitos para acrescentar espetáculo e drama, não para educar. A autêntica Idade Média era muito mais rica do que aquilo que as telas costumam retratar: cavaleiros ágeis com armaduras engenhosas, castelos luminosos, rituais de purificação e pratos saborosos. Não perca o nosso blog para continuar a aprender e, claro, visite a nossa loja!











