Os gorros são um item básico do vestuário europeu desde a Idade Média. Originalmente concebidos como uma peça prática de cobertura e proteção para a cabeça, foram adquirindo um importante significado social e cultural ao longo dos tempos.
Este artigo analisa a sua origem, evolução histórica, importância durante a Idade Média, tipos de acordo com o género e a profissão, e a sua persistência ou desaparecimento em períodos posteriores até aos dias de hoje.

Origem e evolução histórica dos bonés
O barrete, uma pequena touca justa que cobre o cabelo e, por vezes, parte da testa, tem as suas raízes na Antiguidade, embora o seu uso sistemático se tenha estabelecido na Idade Média.
Inicialmente, estas peças de vestuário serviam as necessidades higiénicas e forneciam proteção contra o frio e a sujidade, mas o seu significado alargou-se, tornando-se símbolos de modéstia, status e profissão.
Na Europa medieval, sobretudo a partir do século XII, o barrete passou a fazer parte do vestuário quotidiano de homens e mulheres, marcando diferenças sociais e de papéis.
A sua evolução reflete também as transformações culturais e sociais da época.
O significado dos bonés na Idade Média
Durante a Idade Média, os bonés adquiriram um forte significado simbólico e social. Para as mulheres, cobrir a cabeça era sinónimo de modéstia e respeito, sobretudo para as casadas ou viúvas. As mulheres solteiras, por outro lado, podiam optar por estilos menos restritivos. Para os homens, o boné era também um acessório comum, especialmente entre crianças e trabalhadores, e servia para os proteger do pó e da sujidade durante o trabalho.
O uso de bonés também variava consoante o ambiente de trabalho. Na cozinha, por exemplo, os bonés eram essenciais para manter a higiene, função que persiste até hoje nos uniformes profissionais. Na esfera religiosa, faziam parte do hábito monástico e, entre a nobreza e a corte, eram artigos de moda e distinção.
Além disso, na Idade Média, estes podiam indicar o estatuto social ou a pertença a um grupo profissional ou religioso. Por exemplo, as freiras e damas da alta sociedade usavam gorros elaborados que denotavam pureza ou estatuto, enquanto os camponeses e os operários optavam por gorros simples e funcionais.

Tipos de bonés de acordo com o sexo e a função
Bonés femininos
- Bonés simples: Feitos de linho ou algodão, ajustados à cabeça para uso diário por mulheres camponesas ou de classe média.
- Cocares religiosos: Mais elaborados, geralmente brancos ou pretos, usados pelas freiras e religiosas, simbolizando a castidade e a dedicação espiritual.
-
Barretes nobres: Decorados com rendas, bordados ou ornamentos, indicavam um estatuto elevado. Combinavam-se com véus ou outras vestes.
Bonés masculinos
- Redes de cabelo para crianças: comuns para as crianças manterem o cabelo limpo e apanhado.
- Bonés de trabalho: utilizados por artesãos, camponeses e soldados para proteger a cabeça e absorver o suor.
- Bonés formais: Por vezes usados sob capacetes ou chapéus para maior conforto.

Da Idade Média aos nossos dias: usos e desaparecimentos
Com a chegada da modernidade, os bonés começaram a perder terreno para outros acessórios de cabeça, como chapéus mais elaborados, fascinators e gorros. A partir dos séculos XVIII e XIX, o seu uso diário decresceu entre a maioria da população, ficando relegado para determinadas áreas específicas.
Hoje, as maiúsculas continuam a ser utilizadas em contextos muito específicos:
- Religiosos : As freiras e outras mulheres consagradas mantêm o uso de toucas como parte do hábito.
- Profissional : Os profissionais de saúde, cozinheiros e trabalhadores dos serviços alimentares usam bonés ou chapéus semelhantes por razões de higiene.
- Tradicional : Em certas regiões ou festivais, continuam a fazer parte do vestuário tradicional.
Portanto, embora o seu uso quotidiano tenha caído em desuso, o boné não desapareceu completamente, mas foi transformado e adaptado a novas funções .
Os bonés representam uma peça histórica do vestuário europeu que, desde as suas origens práticas, adquiriu profundas conotações sociais, culturais e religiosas na Idade Média. A sua diversidade de género, classe social e profissão revela a complexidade da sociedade medieval e das suas tradições.
Embora o seu uso generalizado tenha diminuído com a modernidade, os bonés persistem em contextos religiosos, profissionais e culturais, mantendo vivo um legado que remonta a séculos.








