Poucos nomes evocam a essência do guerreiro escandinavo como Ragnar Lothbrok, uma figura-chave do período Viking.
Embora a sua existência exata ainda seja debatida, as fontes medievais retratam-no como um guerreiro que liderou ataques à Inglaterra, França e outras regiões europeias.
A sua lenda, registada em sagas nórdicas como Ragnarssaga Loðbrókar e Gesta Danorum, influenciou profundamente as perceções modernas dos Vikings.
Duas armas o acompanham em cada história: o seu machado viking e a sua espada, símbolos de poder e da cultura de guerra escandinava.

Quem foi Ragnar Lothbrok?
Ragnar Lothbrok (também escrito Lodbrok) foi um guerreiro escandinavo que, segundo os relatos nórdicos escritos, viveu no século IX.
Embora a sua existência histórica seja debatida, os textos medievais colocam-no como rei da Dinamarca e da Suécia, famoso pelos seus ataques à Inglaterra, França e até à Península Ibérica.
É creditado como pai de guerreiros igualmente lendários, como Bjorn Ironside, Ivar, o Desossado, Sigurd, a Serpente no Olho, e Ubbe.
As fontes que o mencionam, como a Gesta Danorum ou relatos escritos islandeses, descrevem-no como um líder carismático, implacável na batalha e devoto dos deuses nórdicos. Mas o que o distingue dos outros vikings é o seu trágico destino: capturado pelo rei Ælla da Nortúmbria, foi executado, atirando-o para um poço de cobras, onde proferiu orgulhosamente as suas últimas palavras: "Como rugem os porquinhos quando ouvem o javali a chorar!"
Machado Viking de Ragnar:
a extensão da sua alma guerreira
No contexto viking, o machado de batalha era mais do que uma arma: representava a identidade do guerreiro. O suposto machado de Ragnar Lothbrok baseava-se em modelos históricos como o machado barbudo, com gume curvo, lâmina de ferro e cabo de freixo ou carvalho gravado com runas.
O processo de forjamento viking começou com o ferro extraído das turfeiras escandinavas. Os ferreiros utilizavam foles e fornos rudimentares para atingir as temperaturas necessárias.
Alguns machados incluíam aço damasco, o que aumentava a resistência e criava um padrão ondulado na lâmina.
Os machados não eram apenas ferramentas ofensivas. Acreditava-se que estavam imbuídos de poder espiritual, sagrados para divindades como Odin e Tyr, e a sua forja adequada era essencial para o equilíbrio entre a morte e a glória. Dada a devoção de Lothbrok aos deuses nórdicos, o seu machado não era provavelmente exceção.
Além disso, a espada de Ragnar terá sido utilizada em ataques documentados, como os ataques a Lindisfarne ou a Paris.

Espada de Ragnar: Elegância e Morte
A espada viking era um símbolo de nobreza. A sua posse estava reservada aos líderes, jarls e reis.
As espadas do século IX, como a que foi atribuída a Ragnar, tinham dois gumes, lâmina reta, guarda curta e punho ornamentado. Estas armas eram inspiradas nos designs carolíngios, amplamente difundidos na Europa Ocidental naquele período.
A forja destas espadas exigia ligas precisas e técnicas como a soldadura por camadas. Cada peça podia demorar meses a ser concluída.
As melhores espadas vikings foram importadas ou saqueadas de territórios francos e depois remodeladas e personalizadas.
A espada de Ragnar continha provavelmente inscrições rúnicas, e o punho era revestido de couro curtido, osso ou prata. O seu design proporcionava vantagem no combate corpo a corpo e era eficaz tanto em investidas frontais como em duelos individuais.
Influência cultural e legado
Ragnar Lothbrok foi alvo de várias reinterpretações.
Aparece em textos medievais, crónicas cristãs e adaptações modernas, como a série Vikings.
A sua figura popularizou o interesse pelas armas vikings, pelo forjamento medieval, pela religião nórdica e pelas tradições guerreiras escandinavas.
Hoje, as réplicas da sua espada e machado são feitas usando técnicas tradicionais. Os seus forjadores reconstroem estas armas como parte do seu estudo da herança viking.
Ragnar tornou-se um símbolo de resiliência, estratégia e liderança.
Existem museus em Oslo, Copenhaga e Reykjavík que exibem armas vikings autênticas, muito semelhantes às que lhe são atribuídas.








