Domínio marítimo viking
Os vikings não eram apenas guerreiros temidos na Europa medieval; eram também navegadores excecionais que dominavam os mares e os rios graças à sua tecnologia naval avançada e ao conhecimento profundo do ambiente natural.
Entre os séculos VIII e XI, estes povos escandinavos viajaram pelo Mar do Norte, pelo Atlântico e pelos grandes rios europeus, chegando à Islândia, à Gronelândia e à América do Norte muito antes de outros exploradores do seu tempo.
A sua capacidade de construir navios fortes e manobráveis, juntamente com técnicas de navegação avançadas, permitiu-lhes expandir e estabelecer rotas comerciais, colónias e povoações temporárias.

Dracares vikings: a chave para o domínio naval
A base do seu sucesso marítimo eram os drakkar ou navios longos, verdadeiras maravilhas da engenharia medieval.
Com um casco estreito e alongado, construído com tábuas sobrepostas, os drakkars combinavam força, flexibilidade e leveza.
A sua quilha profunda proporcionava estabilidade em mares agitados, enquanto o seu design simétrico permitia inverter o rumo sem virar, uma vantagem crucial em águas geladas ou baixios.
Estas embarcações podiam navegar em rios pouco profundos e águas abertas, facilitando os ataques, o comércio e a exploração.
Os drakkars atingiam velocidades de 15 a 17 nós (27-31 km/h), superando a maioria dos navios europeus da época.
Os rios como rodovias naturais
Os vikings utilizavam os rios como verdadeiras estradas naturais.
O Sena, em França, o Tamisa, em Inglaterra, e rios na Rússia, como o Volga e o Dniepre, ligavam a Escandinávia com Bizâncio e o Califado Abássida. Graças a estas rotas, foram encontrados artefactos vikings desde Bagdade até à Gronelândia, demonstrando a amplitude do seu comércio e a expansão cultural dos povos nórdicos.
A sua capacidade de combinar a navegação marítima e fluvial permitiu que a sociedade viking prosperasse, integrando o comércio, a exploração e a colonização no seu modo de vida.

Instrumentos e técnicas de navegação
Embora não conhecessem a bússola magnética, os vikings desenvolveram técnicas de navegação sofisticadas.
Utilizaram o solskugger, um relógio de sol portátil, e a pedra solar islandesa, capaz de detetar a polarização da luz. Com estes instrumentos, conseguiram localizar o sol em dias nublados e ao anoitecer.
Além disso, leem a cor da água, a direção das ondas e o voo das aves para identificar a proximidade da costa.
À noite, eram guiados pela astronomia elementar, utilizando a Estrela Polar e as constelações visíveis no hemisfério norte, combinando o conhecimento prático e a tradição oral transmitida de geração em geração.
Exploradoras vikings na história
Não só homens participaram nestas expedições; algumas mulheres vikings eram também exploradoras e viajantes.
Gudrid Thorbjarnardóttir, por exemplo, chegou à Gronelândia e à América do Norte, sendo uma das primeiras europeias a pisar a América.
Outras mulheres acompanharam homens às colónias na Islândia e na Gronelândia, demonstrando que a expansão viking era um projecto familiar e comunitário, onde mulheres e homens partilhavam responsabilidades e conhecimentos.

O segredo do seu domínio marítimo
O poder marítimo dos vikings não foi uma coincidência. O seu domínio baseava-se em navios longos inovadores, técnicas avançadas de navegação, observação dos céus, exploração de rios e mares e uma cultura que valorizava a exploração, o comércio e a colonização.
Graças a estas capacidades, os vikings construíram um império de rotas que ligavam a Escandinávia à Europa, Ásia e América, deixando um legado marítimo que continua a ser uma das páginas mais brilhantes da Era Viking.
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