As adagas foram instrumentos essenciais nas antigas civilizações orientais, não só como armas, mas também como símbolos de poder e objetos cerimoniais. A sua evolução reflecte as complexidades culturais e tecnológicas de sociedades como o Egipto, a Pérsia, a China e a Coreia.
Este artigo explora as principais tipologias de punhais orientais antigos, os seus contextos arqueológicos e os museus onde são preservados.
Punhais egípcios: funcionalidade e simbolismo
No Antigo Egito, as adagas eram tanto ferramentas de combate como símbolos de estatuto.
Um exemplo notável é o punhal da XVIII dinastia (ca. 1539–1292 a.C.), feito de liga de cobre, madeira, marfim e couro.
Esta peça, abrigada no Brooklyn Museum, reflete as capacidades de metalurgia egípcia e a sua importância na vida militar e cerimonial.
Outra peça notável é a faca Gebel el-Arak, datada entre 3500 e 3200 a.C., com lâmina de sílex e cabo de marfim esculpido com cenas de combate.
Atualmente encontra-se em exposição no Museu do Louvre, em Paris.

Punhais do Luristan: arte e funcionalidade no Irão antigo
A região de Luristan, no noroeste do Irão, é conhecida pelas suas adagas de bronze e ferro da Idade do Ferro (ca. 1200–600 a.C.).
Estas armas, muitas vezes ricamente decoradas, serviam tanto em combate como em rituais.
Um exemplo é um punhal de bronze com cabo oco e decoração de cobra, datado entre 2500 e 2000 a.C., que se encontra no Museu Britânico.
Outro punhal do Luristan, com um punho de "orelha dividida", data do século X a IX a.C. e está também preservado no Museu Britânico.

Punhais chineses: jade e bronze em Sanxingdui e Jinsha
As culturas Sanxingdui e Jinsha, na atual província de Sichuan, na China, produziram adagas cerimoniais de jade e bronze entre 1300 e 800 a.C. Estas peças, tal como as adagas "ge", apresentam formas triangulares e decorações geométricas, e acredita-se que tenham sido utilizadas em rituais.
Muitas destas adagas estão em exposição no Museu do Palácio de Hong Kong e no Museu do Sítio de Jinsha.

Punhais Coreanos: A Cultura de Bronze de Liaoning
A Cultura do Bronze de Liaoning, que se desenvolveu no nordeste da China e na Península Coreana entre os séculos X e III a.C., é conhecida pelas suas adagas de bronze com formatos distintos, como as que têm cabos destacáveis.
Estas adagas refletem influências nómadas e foram encontradas em sítios arqueológicos na Coreia do Sul, como o Vale do Rio Geum.
Um exemplo proeminente é um punhal de bronze com cabo destacável, datado entre 800 e 600 a.C., que está alojado no Museu Nacional da Coreia.

Punhais Persas: Os Acinaces e a Sua Influência
O acinaces é um punhal curto, de dois gumes, utilizado pelos medos, citas e persas no primeiro milénio a.C.
Medindo 40–60 cm de comprimento, caracterizava-se pela sua guarda lobada e pelo punho dividido.
Estas adagas eram símbolos de status e eram usadas no lado direito do cinto.
Um exemplo de um cinquefólio, com cabo de ouro e lâmina de bronze, encontra-se no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque.

Punhais da Rota da Seda: O Caso dos Gyerim-ro
A descoberta do punhal e bainha Gyerim-ro num túmulo do Reino de Silla (57 a.C.–935 d.C.) na Coreia do Sul fornece evidências de ligações comerciais entre a Ásia Central e o Extremo Oriente.
Esta adaga, de origem persa e datada do século V d.C., está incrustada com vidro e granadas e está abrigada no Museu Nacional de Gyeongju.

Os punhais como testemunho do antigo Oriente
As adagas das antigas civilizações orientais são um testemunho da diversidade cultural e tecnológica da antiguidade.
Desde adagas cerimoniais de jade chinesas a adagas funcionais de bronze do Luristan, cada peça reflete as crenças, necessidades e capacidades da sua sociedade.
Hoje, estas adagas estão preservadas em museus de renome mundial, permitindo-nos apreciar e estudar o seu legado histórico.
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