No imaginário coletivo, os vikings são recordados pelas suas espadas, machados e navios compridos, mas um dos objetos mais representativos — e muitas vezes esquecidos — da cultura nórdica era a faca viking.
Estas ferramentas, conhecidas pela sua funcionalidade e simbolismo, acompanhavam tanto os guerreiros como os camponeses nas suas vidas diárias.
Entre estas, destaca-se o seax, uma faca comprida que podia funcionar como arma ou ferramenta, símbolo de estatuto e utilidade, embora não seja o único.
Abaixo encontrará tudo o que precisa de saber sobre estas armas e ferramentas fascinantes.
Origem e variedade de facas vikings
Os vikings fabricavam facas em diversos tamanhos e estilos, desde pequenas lâminas para tarefas domésticas até facas de combate.
O mais conhecido é o seax escandinavo, caracterizado pela sua lâmina reta ou ligeiramente curva, de um só gume e ponta angular.
Este tipo de faca era comum nos territórios germânicos e anglo-saxónicos, mas os vikings adotaram-na como parte do seu arsenal.
Existiam também facas mais modestas, utilizadas para esculpir madeira, preparar alimentos, construir barcos ou caçar.
Estes eram artigos do dia-a-dia que faziam parte do equipamento básico de qualquer viking, homem ou mulher.
Materiais e design
As facas vikings eram forjadas principalmente em ferro, embora os exemplares de maior qualidade combinassem o aço com técnicas de soldadura de padrões, produzindo grãos decorativos na lâmina.
O cabo, por outro lado, era feito de madeira, chifre de veado ou osso, e era geralmente decorado com entalhes que refletiam cenas mitológicas ou padrões geométricos.
A bainha também era importante. Feita de couro endurecido, protegia tanto a lâmina como o utilizador, e era frequentemente decorada com gravuras ou rebites de bronze.
Função simbólica e cultural
A faca viking não era apenas uma ferramenta prática, mas também um objeto carregado de simbolismo.
O seax, por exemplo, era um sinal de estatuto social, utilizado por guerreiros e nobres como uma extensão da sua identidade.
Mesmo em rituais funerários, foram encontradas facas junto dos restos mortais, sugerindo a sua importância para além da vida terrena.
Na mitologia nórdica, as armas tinham almas, e muitas facas eram batizadas ou abençoadas.
Algumas histórias sugerem que as facas eram consideradas protetoras contra os espíritos malignos ou portadoras de poder ancestral.
Facas vikings em museus:
Tesouros arqueológicos do norte
Várias facas vikings foram encontradas em escavações arqueológicas por toda a Escandinávia, Ilhas Britânicas e regiões do Báltico, e muitas delas estão hoje abrigadas em prestigiados museus europeus.
Estes exemplos oferecem informações valiosas sobre o design, os materiais e o uso diário destas peças na vida nórdica.
Há muitos lugares onde podem ser apreciadas hoje.
O Museu Nacional da Dinamarca alberga uma impressionante coleção de facas vikings, incluindo vários seaxes encontrados em túmulos funerários.
No Museu Histórico de Oslo, pode ver facas decoradas com inscrições rúnicas e cabos de osso finamente esculpidos.
O Museu Britânico, por sua vez, conserva facas vikings descobertas em povoações como York (antigamente Jorvik), evidenciando uso doméstico e militar.
Estes objetos são testemunhos tangíveis do legado viking.
O desgaste nas lâminas, a forma dos cabos ou a arte nas suas bainhas fornecem pistas sobre quem as transportava, a sua profissão, o seu estatuto e até as suas crenças espirituais.
Longe de serem simples ferramentas, as facas viking são peças autênticas da história viva.
Facas Viking hoje:
Entre a história e a paixão
Hoje em dia, as facas vikings são muito valorizadas por colecionadores, reconstituidores históricos, artesãos e amantes da cultura nórdica.
Muitos artesãos reproduzem fielmente modelos encontrados em sítios arqueológicos, enquanto outros desenham facas inspiradas nos vikings, utilizando materiais modernos.
A sua utilização transcendeu a história e as exposições em museus, passando a fazer parte de feiras medievais, LARPs e coleções de historiadores e colecionadores particulares. Inspiram também peças contemporâneas de cutelaria funcional ou cerimonial.
